Os parasitas externos, especialmente pulgas e carrapatos, são uma ameaça constante para a saúde e o bem-estar dos cães. As pulgas, por exemplo, são muito comuns e têm reprodução acelerada: uma única fêmea adulta pode viver até 200 dias e colocar cerca de 50 ovos por dia, espalhando-os em tapetes, grama, frestas e móveis do ambiente. Isso gera infestação rápida, coceira intensa e até anemia em casos graves Além disso, esses ectoparasitas podem infestar outros animais e até humanos; as pulgas, por exemplo, são hospedeiras intermediárias de vermes intestinais (como o Dipylidium caninum).
Por que pulgas e carrapatos são um problema constante?
Alta taxa de reprodução: As pulgas depositam ovos no pelo do animal e no ambiente; em apenas algumas semanas nascem novas pulgas adultas. Já os carrapatos vivem fixados na pele do cão, alimentando-se de seu sangue por dias.
Doenças e alergias: As picadas repetidas provocam dermatites alérgicas, feridas e muita coceira. Além disso, pulgas transmitem vermes (Dipylidium caninum), e carrapatos transmitem doenças graves (erliquiose, babesiose, doença de Lyme, febre maculosa, entre outras).
Sinais clínicos: Cães infestados apresentam prurido intenso, queda de pelo irregular e até anemia e fraqueza geral. Esses sintomas degradam o bem-estar do pet e podem evoluir para quadros sérios se não tratados.
Assim, pulgas e carrapatos são um problema persistente no convívio diário com os pets. Mesmo poucos parasitas no início podem se multiplicar rapidamente, exigindo prevenção contínua. Além disso, esses ectoparasitas habitam diferentes cantos da casa (tapetes, estofados, caminhas e quintais), tornando a eliminação completa ainda mais complexa. Diante desse cenário, muitos tutores recorrem à coleira antipulgas como medida preventiva contínua. Essa coleira libera substâncias que se espalham pela pelagem e eliminam pulgas e carrapatos por contato.
Para lidar com esse problema, é essencial adotar medidas preventivas. A seguir, listamos os principais tipos de tratamentos antipulgas disponíveis no mercado.
Principais tipos de tratamentos antipulgas para cães
Pipetas (tópicas): Gotinhas aplicadas diretamente na pele, geralmente na nuca do cão. O princípio ativo espalha-se pela oleosidade natural da pele, eliminando as pulgas presentes. Em geral, a proteção dura cerca de 30 dias, devendo reaplicar mensalmente para manter o efeito. As pipetas são muito práticas para cães que têm dificuldade em engolir comprimidos ou animais com restrições de saúde, pois não são ingeridas.
Comprimidos orais: O medicamento via oral circula na corrente sanguínea do pet. Assim, pulgas e carrapatos que picam o cão acabam ingerindo o inseticida ao sugar o sangue. Em uma única dose, esses comprimidos protegem o animal por várias semanas ou meses, conforme o princípio ativo. São altamente eficazes e fáceis de administrar, mas devem ser usados na dosagem correta para o peso do cão.
Spray: Pulverizado sobre o pelo, o spray antipulgas elimina instantaneamente os parasitas que estão no corpo do pet no momento da aplicação. Normalmente, oferece proteção temporária de cerca de 30 dias, sendo indicado para filhotes ou infestações leves. Deve-se usar com cuidado para não atingir os olhos e mucosas do animal.
Talco (pó antipulgas): O talco age matando pulgas por contato direto, mas não cria uma barreira duradoura. Em infestações grandes e ambientes muito contaminados, o talco pode ser insuficiente. Além disso, o pó pode causar irritação respiratória e cutânea se inalado em excesso. Por isso, recomenda-se usá-lo de forma pontual e apenas se indicado pelo veterinário.
Shampoo antipulgas: Ao banhar o cão com xampu específico, as pulgas e carrapatos presentes no pelo são eliminados naquele momento. No entanto, o efeito do banho é rápido e não impede novas infestações posteriores. Além disso, alguns componentes do xampu podem ser tóxicos se usados em excesso. Por essas razões, o banho antipulgas geralmente complementa outras medidas preventivas, não sendo suficiente como único recurso.
Coleira antipulgas: É uma coleira impregnada com princípios ativos inseticidas/repelentes. Destaca-se por oferecer proteção prolongada sem aplicações frequentes. Na seção a seguir, detalharemos esse método e seus principais benefícios.
Coleira antipulgas: como funciona e quais são seus benefícios
A coleira antipulgas contém elementos químicos que são liberados gradualmente na pele e pelos do animal. A cada movimento do cão, o produto espalha-se pelo corpo, alcançando pulgas e carrapatos sem a necessidade de picada. Dessa forma, qualquer parasita que entrar em contato com o cão é eliminado antes que possa incomodá-lo. Esse mecanismo de ação por contato reduz muito o risco de novas infestações, pois mata as pulgas antes que possam se reproduzir.
Entre os principais benefícios da coleira antipulgas, destacam-se:
Proteção de longa duração: Muitas coleiras oferecem ação contínua por vários meses. Dependendo da formulação, a eficácia pode variar de aproximadamente 30 dias até 8 ou 10 meses. Essa longa duração garante cobertura prolongada contra parasitas, exigindo trocas menos frequentes do acessório.
Praticidade: Basta colocar a coleira em volta do pescoço do cão, ajustando-a no tamanho adequado. Enquanto estiver ativa, ela protege o pet sem precisar lembrar de doses diárias ou aplicações mensais. Esse formato é muito conveniente para tutores ocupados.
Ação ampla contra parasitas: Além de pulgas, muitas coleiras modernas também repelem carrapatos, mosquitos e outros insetos rasteiros. Com isso, o animal recebe proteção multifuncional contra diversos vetores de doenças, algo que métodos únicos não oferecem.
Conforto para o pet: A maioria das coleiras atuais é resistente à água, permitindo banhos e passeios na chuva sem perder a eficácia. Como o medicamento está no acessório, não há necessidade de forçar o cão a ingerir comprimidos ou tolerar aplicações tópicas, evitando estresse. Em geral, a coleira não deixa cheiro forte nem os pelos oleosos, oferecendo proteção invisível e contínua.
Portanto, a coleira antipulgas age como uma barreira protetora de longo prazo, combinando eficácia e comodidade para o tutor e para o cão. A seguir, veremos como escolher a coleira ideal e como usá-la corretamente para obter os melhores resultados.
Como escolher e usar a coleira antipulgas ideal
Para escolher a coleira certa, considere primeiro o porte e a idade do seu cão. Coleiras são dimensionadas de acordo com o tamanho do pet: uma coleira para cão grande pode fornecer dose excessiva para um cachorro pequeno e vice-versa. Depois de ajustar a coleira ao pescoço do animal, deixe sempre uma folga de aproximadamente dois dedos entre o pescoço e a coleira, para não apertar o animal. Além disso, corte o excesso da coleira após o ajuste para evitar que o material sobrante seja mastigado por outros animais ou crianças, o que poderia causar intoxicação.
Na hora do uso, siga estas recomendações:
Caso o ajuste fique muito apertado ou muito folgado, ajuste novamente antes que o cão tente se livrar do acessório ou fique incomodado.
Evite deixar que o animal manipule a coleira com a boca. Se ele mastigar ou ingerir parte dela, pode ocorrer intoxicação. Por isso, se houver contato oral acidental com a substância, procure assistência veterinária imediatamente.
Observe que muitas coleiras são resistentes à água, mas recomenda-se removê-las antes do banho para não comprometer o tempo de ação. Se precisar dar banho no pet, retire a coleira temporariamente e coloque-a novamente logo após secar.
Respeite o período de ação indicado. A maioria das coleiras antipulgas tem prazo de eficácia determinado (por exemplo, 4, 6 ou 8 meses). Assim que esse tempo expirar, substitua por uma nova coleira para manter a proteção contínua.
Não use a coleira antipulgas em filhotes muito novos (consulte a idade mínima recomendada, geralmente a partir de 6 semanas de vida) nem em cadelas gestantes ou em fase de amamentação. Nessas condições, o produto pode ser contraindicado.
Em casas com mais de um cão, evite que os animais brinquem mordendo as coleiras uns dos outros. Isso pode transferir a substância entre eles e comprometer a eficácia. Se isso ocorrer, utilize outro método antipulgas para o animal afetado.
Por fim, não combine métodos de forma indiscriminada. Nunca aplique vários produtos antipulgas simultaneamente (por exemplo, pipeta + comprimido + coleira) sem orientação profissional pois isso pode levar à intoxicação do pet.
Em resumo, escolha uma coleira apropriada ao porte do seu cão, ajuste-a corretamente sem deixar muito folgada nem muito apertada, e substitua-a no prazo indicado. Essas medidas simples garantem que o acessório atuará de maneira segura e eficaz.
Além disso, manter a higiene do ambiente onde o pet vive é tão importante quanto tratar o próprio animal. Cerca de 90% dos estágios imaturos de pulgas (ovos, larvas e pupas) ficam espalhados pelo ambiente, podendo reiniciar o ciclo de infestação se não forem eliminados. Para potencializar o controle de parasitas, adote as seguintes medidas de higiene:
Aspirar com frequência: Passe aspirador de pó em carpetes, tapetes, sofás, colchões e nos locais onde o pet costuma deitar. A aspiração suga ovos e larvas de fendas e tecidos, interrompendo o ciclo. Descarte imediatamente o saco do aspirador ou limpe o filtro para evitar reinfestação.
Lavar roupas e caminhas: Higienize periodicamente cobertores, caminhas, pelúcias e toalhas do cão em água quente. Esse procedimento mata qualquer pulga ou ovo que possa estar em tecidos.
Limpeza externa: Se o cão circula em área externa (jardim, quintal), limpe também esses espaços. Remova folhas acumuladas e capine gramíneas altas, pois carrapatos e pulgas gostam de ambientes sombreados e úmidos. Mantenha a grama aparada e livre de entulhos, e não deixe água parada (poças) no local.
Inseticidas ambientais: Em casos de infestações persistentes, existem produtos específicos para tratar o ambiente (bombas aerossol ou sprays). Utilize apenas sob orientação, seguindo as instruções de segurança, e mantenha pessoas e pets afastados até o tempo recomendado de ação do produto.
Em suma, manter a casa e os arredores limpos complementa a ação da coleira antipulgas. Sem essas medidas ambientais, ovos e larvas remanescentes podem rebrotar a infestação pouco depois de concluído qualquer tratamento no animal.
Antes de aplicar qualquer antipulgas, lembre-se de algumas recomendações de segurança:
Siga rigorosamente as orientações do fabricante e do veterinário. Não exceda doses nem tempo de uso. Cada produto tem compostos específicos e deve ser usado conforme indicado para o peso e a idade do animal.
Não combine produtos sem consultar um profissional. Usar dois antipulgas distintos ao mesmo tempo pode causar reação tóxica.
Observe possíveis reações adversas. Se notar coceira excessiva, vermelhidão na pele, irritação nos olhos ou qualquer comportamento estranho após o uso, interrompa o produto e consulte o veterinário. Em casos de ingestão acidental (por exemplo, se o pet mastigar a coleira), procure ajuda imediata.
Mantenha o tratamento atualizado para todo animal da casa. Em lares com vários cães ou gatos, controle parasitas em todos simultaneamente. Caso contrário, um animal não tratado pode recomeçar a infestação de outro.
Armazene coleiras e outros antiparasitários fora do alcance de crianças e em locais frescos e secos. Lave bem as mãos depois de manusear esses produtos e evite contato com os olhos.
Em conclusão, a coleira antipulgas é uma valiosa aliada para proteger seu cão de parasitas externos, desde que usada de forma correta. Combinando o uso adequado desse acessório com as práticas de limpeza do ambiente e a orientação de um profissional, você assegura mais conforto ao seu pet, mantendo-o livre de pulgas, carrapatos e das doenças que eles transmitem. Assim, adotando a coleira antipulgas dentro de um programa preventivo completo, seu cão terá mais qualidade de vida, e você terá a tranquilidade de mantê-lo protegido. Dessa forma, a adoção de todas essas recomendações reflete um cuidado integral com a saúde do pet e evita surpresas desagradáveis.
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